Compositor: Archimède
No sétimo sem elevador
Piniquei de suor
Fiquei inquieto
Nos desgraçados oito metros quadrados
Do seu quarto opressor
Mas veja, senhorio, estou farto de pagar pelos seus fundos
Quando tenho que raspar os meus
Velho pilantra, eu estou indo embora de uma vez
Adeus senhorio
Adeus às náuseas que a sua maloca me provocava
Vou pra outro lugar, sem ressentimentos
Visto que eu derrubei
As paredes do seu apê
Na porretada
E o encanamento
Adeus senhorio
No sétimo do seu prédio
Pela escada de serviço
Conheci as sevícias
Das exaustivas subidas
Atenção, fonte do flagelo, eu insisto
Chega de pegar os corredores
Com a pintura descamando
Quando sua prole de gatos os batiza
Ela ocupa saguões marmorizados
E vive sob os ouros
De oito dormitórios líricos
Adeus senhorio
Adeus às náuseas que a sua maloca me provocava
Vou pra outro lugar, sem ressentimentos
Visto que eu derrubei
As paredes do seu apê
Na porretada
E o encanamento
Adeus senhorio